Projetos

Projeto 1 - Transição agroecológica no Assentamento Chico Mendes – PE
 
Coordenação:
 Jorge Luiz  Schirmer de Mattos

Participantes:
Ana Maria Dubeux Gervais
Jorge Roberto Tavares de Lima
José Nunes da Silva
Marcos Antonio Bezerra Figueiredo
Paulo Cesar Oliveira Diniz

Estagiários:
Albérico Freitas Magalhães
Gustavo Silva Carreiro de Souza

Período de Execução: 2009-2010

Apoio: Projeto de pesquisa financiada pelo CNPq.


Objetivos

► Geral: Contribuiu-se para o desenvolvimento sustentável do Assentamento Chico Mendes III com base nos princípios da Agroecologia.

►Específicos:
- Identificar os limites e potencialidades do Assentamento Chico Mendes III relativos às dimensões sociais, econômicas, ambientais e culturais;
- Capacitar os assentados em planejamento e execução de produção de base agroecológica;
- Orientar o processo de transição agroecológica das unidades de produção no Assentamento Chico Mendes III;
- Subsidiar a organização do Assentamento Chico Mendes III


Resumo: O presente trabalho teve como principal objetivo o processo de transição agroecológica participativa no Assentamento Chico Mendes III para o fortalecimento das famílias agricultoras no que concerne a sua produção e reprodução. Um diagnóstico rápido participativo foi realizado para se identificar os limites e potencialidades do assentamento. Também se lançou mão de visitas de intercâmbio em propriedades que desenvolvem agriculturas de base ecológica em Pernambuco, com o intuito de se conhecer diferentes modelos de sistemas de produção, consumo e de vida. Com base nas visitas de intercâmbio e no conhecimento prévio dos assentados planejou-se e implantou-se unidades experimentais agroecológicas coletivas e individuais constando de sistemas de policultivos adensados com hortaliças, fruteiras, adubos verdes, de modo a se testar diferentes arranjos e desenhos de sistemas produtivos. O Assentamento Chico Mendes III, antigo Engenho São João, localiza-se parte no município de São Lourenço da Mata-PE (7 km do centro da cidade), e parte no município de Paudalho (15 km do centro da cidade). O assentamento resultou da luta do MST na RMR em Pernambuco desde 2004. A imissão de posse pelo INCRA ocorreu em 14 de outubro de 2008, com o assentamento de 55 famílias numa área 413,33 ha. A área do assentamento apresenta terreno suave a ondulado morros e várzeas ocupados por uma vegetação de capoeira e várias nascentes e córregos, sendo cortada pelos rios Tapacurá e Goitá. No assentamento Chico Mendes III as estradas internas são precárias, não há energia elétrica e as moradias são de taipa e de chão batido, pois o INCRA ainda não liberou os recursos para a construção das novas casas. Segundo os assentados esse atraso na liberação dos recursos para habitação decorre da existência de pendências judiciais que obrigaram o INCRA, mesmo após ter imitido a posse, a mover uma ação contra um dos dois fazendeiros vizinhos que invadiram parte da área (144 ha) do assentamento para criação de gado, com ganho de causa para o assentamento, e outra contra a Prefeitura de Paudalho, que pretende destinar a área para a construção de um loteamento habitacional. Por esse mesmo motivo ainda não foi feito o PDA e a divisão definitiva dos lotes, fatos que têm causado enormes transtornos as famílias assentadas. Não raro são os casos de assentados, acometidas por quadros depressivos, principalmente as mulheres, em decorrência boa parte desse quadro constante de instabilidade e incertezas por que passa o assentamento como um todo. Segundo o diagnóstico os moradores de Chico Mendes III são na grande maioria evangélicos, idosos e analfabetos. Contudo, há uma escola itinerante, onde funciona uma turma de Educação Infantil e outra de Educação de Jovens e Adultos. A produção agropecuária no assentamento Chico Mendes III é diversificada. Cultivam-se banana, caju, mamão caiana, acerola, uva, cana-de-açúcar, laranja, azeitona, manga, jaca, pinha, feijão de corda e mulatinho, mandioca, inhame, batata-doce, jerimum, pepino, melancia, melão, cenoura, alface e coentro, etc. Também criam-se peixes (tilápia, carpa e tambaqui), bovinos, caprinos, aves e suínos. Não obstante, as atividades produtivas principais do assentamento, que geram alguma renda, concentram-se no monocultivo de milho, feijão, abacaxi, macaxeira e mais recentemente no inhame. A maior parte da renda das famílias advém do período da colheita com a venda de milho verde e macaxeira nas margens da BR 408, que passa em frente ao assentamento, e na feira do produtor que ocorre aos domingos em Tiúma, distrito pertencente ao município de São Lourenço da Mata e localizado a 3 km do assentamento. Alguns assentados têm vendido sua força de trabalho junto ao Engenho São José, localizado próximo ao assentamento, de modo a complementar a renda da família. Segundo os assentados o solo da área do assentamento está muito “desgastado”, em decorrência da exploração da cana-de-açucar e da pecuária praticadas no antigo Engenho São João até 2004. Em que pese o fato dos roçados serem itinerantes, é provável que a continuidade da prática da queimada da vegetação praticada até pouco tempo por alguns assentados também esteja contribuindo para a queda da fertilidade do solo. Contudo, o principal fator limitante no assentamento é a não divisão dos lotes, conforme motivos mencionados acima, associada às condições precárias de moradia e saúde dos assentados na maioria idosos. O principal potencial do assentamento é a sua proximidade com o mercado consumidor e o desejo imperativo dos assentados em melhorar de vida através da produção e comercialização de alimentos. As unidades experimentais agroecológicas se constituíram num espaço de aprendizagem importante para o assentamento na medida em que representaram uma fonte de alimentos em variedade e qualidade para as famílias e geração de renda. O presente trabalho consubstanciou-se, portanto, em apoio para o empoderamento dos assentados, uma vez que a grande maioria participou da construção e execução do projeto, trocaram informações e conhecimento uns com os outros e experimentam efetivamente a condição de agricultores produtores de alimento e passaram a ser reconhecidos por isso.


Projeto 2 - Planejamento e desenho de unidades de referência agroflorestal: aliando produção e preservação ambiental

Coordenação:
 Jorge Luiz  Schirmer de Mattos

Participantes:
Ana Maria Dubeux Gervais
Jorge Roberto Tavares de Lima
José Nunes da Silva
Marcos Antonio Bezerra Figueiredo
Paulo Cesar Oliveira Diniz

Estagiários:
Albérico Freitas Magalhães
Gustavo Silva Carreiro de Souza

Período de Execução: 2009-2010

Apoio: Projeto de pesquisa financiada pelo CNPq.

Objetivos

► Geral: Contribuiu-se para o desenvolvimento sustentável do Assentamento Chico Mendes III com base nos princípios da Agroecologia.

►Específicos:
- Identificar os limites e potencialidades do Assentamento Chico Mendes III relativos às dimensões sociais, econômicas, ambientais e culturais;
- Capacitar os assentados em planejamento e execução de produção de base agroecológica;
- Orientar o processo de transição agroecológica das unidades de produção no Assentamento Chico Mendes III;
- Subsidiar a organização do Assentamento Chico Mendes III


Resumo: O presente trabalho teve como principal objetivo o processo de transição agroecológica participativa no Assentamento Chico Mendes III para o fortalecimento das famílias agricultoras no que concerne a sua produção e reprodução. Um diagnóstico rápido participativo foi realizado para se identificar os limites e potencialidades do assentamento. Também se lançou mão de visitas de intercâmbio em propriedades que desenvolvem agriculturas de base ecológica em Pernambuco, com o intuito de se conhecer diferentes modelos de sistemas de produção, consumo e de vida. Com base nas visitas de intercâmbio e no conhecimento prévio dos assentados planejou-se e implantou-se unidades experimentais agroecológicas coletivas e individuais constando de sistemas de policultivos adensados com hortaliças, fruteiras, adubos verdes, de modo a se testar diferentes arranjos e desenhos de sistemas produtivos. O Assentamento Chico Mendes III, antigo Engenho São João, localiza-se parte no município de São Lourenço da Mata-PE (7 km do centro da cidade), e parte no município de Paudalho (15 km do centro da cidade). O assentamento resultou da luta do MST na RMR em Pernambuco desde 2004. A imissão de posse pelo INCRA ocorreu em 14 de outubro de 2008, com o assentamento de 55 famílias numa área 413,33 ha. A área do assentamento apresenta terreno suave a ondulado morros e várzeas ocupados por uma vegetação de capoeira e várias nascentes e córregos, sendo cortada pelos rios Tapacurá e Goitá. No assentamento Chico Mendes III as estradas internas são precárias, não há energia elétrica e as moradias são de taipa e de chão batido, pois o INCRA ainda não liberou os recursos para a construção das novas casas. Segundo os assentados esse atraso na liberação dos recursos para habitação decorre da existência de pendências judiciais que obrigaram o INCRA, mesmo após ter imitido a posse, a mover uma ação contra um dos dois fazendeiros vizinhos que invadiram parte da área (144 ha) do assentamento para criação de gado, com ganho de causa para o assentamento, e outra contra a Prefeitura de Paudalho, que pretende destinar a área para a construção de um loteamento habitacional. Por esse mesmo motivo ainda não foi feito o PDA e a divisão definitiva dos lotes, fatos que têm causado enormes transtornos as famílias assentadas. Não raro são os casos de assentados, acometidas por quadros depressivos, principalmente as mulheres, em decorrência boa parte desse quadro constante de instabilidade e incertezas por que passa o assentamento como um todo. Segundo o diagnóstico os moradores de Chico Mendes III são na grande maioria evangélicos, idosos e analfabetos. Contudo, há uma escola itinerante, onde funciona uma turma de Educação Infantil e outra de Educação de Jovens e Adultos. A produção agropecuária no assentamento Chico Mendes III é diversificada. Cultivam-se banana, caju, mamão caiana, acerola, uva, cana-de-açúcar, laranja, azeitona, manga, jaca, pinha, feijão de corda e mulatinho, mandioca, inhame, batata-doce, jerimum, pepino, melancia, melão, cenoura, alface e coentro, etc. Também criam-se peixes (tilápia, carpa e tambaqui), bovinos, caprinos, aves e suínos. Não obstante, as atividades produtivas principais do assentamento, que geram alguma renda, concentram-se no monocultivo de milho, feijão, abacaxi, macaxeira e mais recentemente no inhame. A maior parte da renda das famílias advém do período da colheita com a venda de milho verde e macaxeira nas margens da BR 408, que passa em frente ao assentamento, e na feira do produtor que ocorre aos domingos em Tiúma, distrito pertencente ao município de São Lourenço da Mata e localizado a 3 km do assentamento. Alguns assentados têm vendido sua força de trabalho junto ao Engenho São José, localizado próximo ao assentamento, de modo a complementar a renda da família. Segundo os assentados o solo da área do assentamento está muito “desgastado”, em decorrência da exploração da cana-de-açucar e da pecuária praticadas no antigo Engenho São João até 2004. Em que pese o fato dos roçados serem itinerantes, é provável que a continuidade da prática da queimada da vegetação praticada até pouco tempo por alguns assentados também esteja contribuindo para a queda da fertilidade do solo. Contudo, o principal fator limitante no assentamento é a não divisão dos lotes, conforme motivos mencionados acima, associada às condições precárias de moradia e saúde dos assentados na maioria idosos. O principal potencial do assentamento é a sua proximidade com o mercado consumidor e o desejo imperativo dos assentados em melhorar de vida através da produção e comercialização de alimentos. As unidades experimentais agroecológicas se constituíram num espaço de aprendizagem importante para o assentamento na medida em que representaram uma fonte de alimentos em variedade e qualidade para as famílias e geração de renda. O presente trabalho consubstanciou-se, portanto, em apoio para o empoderamento dos assentados, uma vez que a grande maioria participou da construção e execução do projeto, trocaram informações e conhecimento uns com os outros e experimentam efetivamente a condição de agricultores produtores de alimento e passaram a ser reconhecidos por isso.


Projeto 3 - Camponês a camponês: uma metodologia para a transição agroecológica no Assentamento Chico Mendes III
Coordenação
 Jorge Luiz  Schirmer de Mattos
Participantes:
Ana Maria Dubeux Gervais
Jorge Roberto Tavares de Lima
José Nunes da Silva
Josimar Gurgel Fernandes
Marcos Antonio Bezerra Figueiredo
Paulo Cesar Oliveira Diniz

Equipe Técnica/bolsistas CNPq:
Almir Costa de Araújo
Flávio Duarte da Fonseca
Gustavo Silva Carreiro de Souza
Jones Severino Pereira
Juvenal Severino Pereira
Marcelino Bezerra de Lima

Estagiários:
Edjânio Expedito de Sousa
Reinaldo Ferreira de Oliveira
Período de Execução: 2010-2011

Parceria: Instituto Agronômico de Pernambuco - IPA

Apoio: Projeto de pesquisa financiado pelo MCT/CNPq/MDA/SAF/Dater (Edital nº 033/2009, Chamada 2).

Objetivos
► Geral: Contribuiu-se para o desenvolvimento sustentável do Assentamento Chico Mendes III com base nos princípios da Agroecologia.

►Específicos:
-  Capacitar os assentados para planejar e executar a produção de base agroecológica;
- Capacitar os assentados para redesenhar as unidades de produção, de vida e de consumo com base na Agroecologia;
- Criar Unidades de Referência em Agroecologia no assentamento;
- Elaborar Normas orientadoras da produção e comercialização de produtos de base agroecológica no assentamento;
- Contribuir com o processo de revegetação da mata ciliar dos rios Tapacurá e Goitá;
- Capacitar os assentados em comercialização e criar canais curtos de comercialização de produtos de base agroecológica do assentamento;
- Formar agricultores-experimentadores no assentamento;
- Formar alunos em extensão rural de base agroecológica;
- Sistematizar as dimensões econômicas, sociais, culturais e ambientais da transição agroecológica desenvolvida nos agroecossistemas dos agricultores-experimentadores.

RESUMO: O assentamento Chico Mendes resultou da luta dos Trabalhadores Sem Terra na zona da Mata Norte de Pernambuco, que culminou na imissão de posse em 2008. Conforme diagnóstico rápido participativo realizado com os assentados percebeu-se que ainda persiste a idéia do modelo monocultor herdado da grande propriedade canavieira que precisa ser desconstruída a partir de uma perspectiva agroecológica, fato que exigirá certo tempo, pois é educativo. Isso requer um exercício pedagógico-dialógico em que os protagonistas serão os próprios assentados. O assentamento está dividido em cinco núcleos de família, cada um com onze famílias, totalizando 55 famílias assentadas. O presente projeto tem como objetivo aprofundar e ampliar o processo de transição agroecológica no assentamento Chico Mendes envolvendo a produção e comercialização de produtos de base ecológica e iniciar a reconstrução da paisagem típica da mata atlântica a fim de garantir a soberania alimentar, renda e qualidade de vida as famílias assentadas. Para tal pretende-se implantar cinco Unidades de Referência Agroecológica, sendo uma por cada Núcleo de Família, bem como iniciar a revegetação das margens dos rios Tapacurá e Goitá que cortam a área do assentamento, com vistas ao desenvolvimento endógeno e ambiental do assentamento. As unidades de referências terão como finalidade reproduzir sistemas produtivos diversificados a exemplo da agrofloresta e policultivos. Estratégias metodológicas como visitas, intercâmbios, mutirões, reuniões, seminários, Unidades de Referência Agroecológica e de canais de circuito curto de comercialização serão utilizadas para facilitar o empoderamento e o fortalecimento da autonomia das famílias de do assentamento Chico Mendes. Com base na pesquisa-ação e na metodologia Camponês a Camponês pretende-se apoiar, acompanhar e sistematizar as experiências destas unidades de referência e seus desdobramentos nos aspectos produtivos ou econômicos, sociais, ambientais e culturais do assentamento, com vistas a sua replicabilidade.


Projeto 4 - Monitoramento da Transição Agroecológica no Assentamento Chico Mendes III – PE

Bolsista BFP: Guillermo Gamarra Rojas

Orientador: Jorge Luiz Schirmer de Mattos

Período de Execução: 2010-2011

Apoio: Financiada pela FACEPE (Bolsa de Fixação de Pesquisador:  BFP – 0001 – 5.01/10).


Objetivos

Geral:
Fortalecer as capacidades de agricultores familiares do Assentamento Chico Mendes III, técnicos e estudantes para a tomada de decisão em processos de transição agroecológica através da apropriação de conceitos e do exercício de métodos de monitoramento participativo da sustentabilidade em agroecossistemas.

Específicos:

- Desenvolver as capacidades de um grupo de agricultores, técnicos, estudantes e professores para desenhar processos de monitoramento participativo da sustentabilidade na transição agroecológica de agroecossistemas

- Fortalecer as capacidades locais (agricultores, técnicos, estudantes e professores) para tomada de decisão a respeito da transição agroecológica através da aplicação de instrumentos de monitoramento participativo da sustentabilidade em agroecossistemas selecionados

- Disponibilizar para a reforma agrária e agricultura familiar conhecimentos resultantes da sistematização de experiências adquiridas no exercício de monitoramento participativo da sustentabilidade no âmbito da transição agroecológica de agroecossistemas


Resumo: A Zona Canavieira de Pernambuco se caracteriza pela monocultura da cana de açúcar e o monopólio da terra. Apesar da pobreza dominante, de evidências do potencial da reforma agrária para o desenvolvimento local e microregional e da pressão social existente, a reforma agrária ainda permanece na promessa do Estado. Nos assentamentos persiste uma agricultura convencional de caráter predatório, que fragiliza, quando não inviabiliza, a permanência e reconstrução social das famílias dos assentados. Contudo, em Pernambuco existem importantes referências, ainda que de forma pontual, de reconstrução sustentável do território com base na agroecologia e agricultura familiar.
A construção social de transição de sistemas de produção agropecuária convencional para uma agricultura sustentável é ainda pouco compreendida seja pela sua complexidade que demanda uma atuação interdisciplinar, seja pelo caráter restrito e limitado dos projetos de pesquisa que ainda separam o pesquisador do grupo pesquisado, próprio do modelo positivista de ciência.  
No assentamento Chico Mendes III existe um conjunto de iniciativas organizativas e de produção diversificada de alimentos que constituem fortes evidências das capacidades e conhecimentos empíricos dos assentados e seu elevado potencial para o desenvolvimento endógeno partindo de estratégias e metodologias de geração e gestão participativa de conhecimento agroecológico. Dentre as atividades no Assentamento Chico Mendes III destaca-se as Unidades de Referência Agroecológica, que vem sendo desenvolvidas com apoio da UFRPE, através do Projeto “Camponês a Camponês”.
O presente Projeto “Monitoramento da Transição Agroecológica no Assentamento Chico Mendes III - PE”, ora apresentado à FACEPE para obtenção de Bolsa de Fixação de Pesquisador – BFP, tem o seguinte objetivo: “Fortalecer as capacidades de agricultores familiares do Assentamento Chico Mendes III, técnicos e estudantes para a tomada de decisão em processos de transição agroecológica através da apropriação de conceitos e do exercício de métodos de monitoramento participativo da sustentabilidade em agroecossistemas”.
O Projeto de Pesquisa “Monitoramento da Transição Agroecológica no Assentamento Chico Mendes III - PE”, é uma proposta complementar e integrada ao Projeto “Camponês a Camponês”.
Dada a complexidade do tema, a relativa inexperiência dos atores locais envolvidos na pesquisa, assume-se atuar numa perspectiva experimental, onde se busca adaptar/validar referências metodológicas e produzir conhecimentos com base num processo de  análise – planejamento - ação - reflexão sobre a prática - sistematização do conhecimento.  Reconhece-se o Monitoramento da Transição Agroecológica como uma aprendizagem coletiva, tendo por principio a participação dos interessados (agricultores, técnicos, estudantes, professores e pesquisadores) em todas as etapas da pesquisa. Essa aprendizagem será promovida através de metodologias de facilitação adaptadas das Escolas de Campo (Gallagher, 2003) e da metodologia Camponês a Camponês (Holt-Giménez, 2006). O primeiro Ciclo de Monitoramento da Transição Agroecológica será realizado com base no Marco MESMIS (Masera et al., 2000).
As etapas principais do monitoramento consistem em: i) Identificação do Agroecossistema ou Subsistema Objeto do Monitoramento da Transição Agroecológica; ii) Comparação de um Sistema de Referência com Sistema(s) Alternativo(s); iii) Caracterização do Sistema de Referência (descrição geral do sistema, elaboração de diagrama e redação de relatório-síntese).; iv) Identificação dos Pontos Críticos do Sistema; v) Seleção de Indicadores; vi) Medição e Monitoramento dos Indicadores; vii) Análise e Apresentação de Resultados; viii) Conclusões e Recomendações.
Com os esforços resultantes deste Projeto espera-se gerar informação e conhecimentos para construir na prática e alimentar o debate sobre a sustentabilidade de agroecossistemas familiares no contexto de uma reforma agrária sustentável, com ênfase nos serviços de assessoria técnica.
Os principais produtos são: i) Metodologia adaptada e validada para o monitoramento da sustentabilidade em agroecossistemas familiares; ii) Artigo, monografia e/ou dissertação sobre sustentabilidade em agroecossistemas; iii) Uma referencia em agroecossistema do assentamento Chico Mendes III.
Entre os resultados estratégicos destaca-se que ao finalizar o Projeto, as capacidades fortalecidas de agricultores, técnicos e estudantes na prática proporcionadas no exercício do Projeto permitirão que os mesmos se constituam em agentes melhor qualificados para impulsionar o desenvolvimento do Plano do Assentamento e de suas propriedades, bem como em sua atuação como futuros extensionistas, pesquisadores ou professores, numa perspectiva de inserção ativa e qualificada das populações rurais.


Projeto 5 - Monitoramento da Transição Agroecológica no Assentamento Chico Mendes III – PE

Coordenador: Guillermo Gamarra Rojas

Participantes:
Jorge Luiz Schirmer de Mattos
Jorge Roberto Tavares de Lima


Período de Execução: 2010-2012

Apoio: MCT/CNPq. (Processo: 484275/2010-0).


Projeto 6 - Uma ação interdisciplinar junto ao Assentamento Chico Mendes III, São Lourenço – Paudalho – Pernambuco

Coordenação: Jorge Roberto Tavares de Lima
 
Participantes:
Laurileide Barbosa da Silva
Maria Zênia Tavares da Silva
Maria Virginia Almeida Aguiar
Joseana Maria Saraiva
Maria de Fátima Mascena de Melo
Bolsista Extensão/UFRPE:

 Erika Alencar
Apoio: PRAE/UFRPE.
Período de Execução : 2011
Objetivo Geral: Contribuir para a soberania alimentar  das famílias dos assentados através do estímulo a organização social e dinamização de sua economia a partir das competências das (os)  economistas domésticas(os).
Etapas do Trabalho: Diagnóstico; ação cultural (oficinas, palestras, feira de produtos orgânicos, apoio a eventos, apresentação de trabalhos.); avaliação participativa.

  Parcerias:
- NAC – Núcleo de Agroecologia e Campesinato UFRPE
- Associação dos assentados de Chico Mendes III
- NUPEM – Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher - DCD/UFRPE
-          NDI - Núcleo de Desenvolvimento Infantil DCD - UFRPE
-          MST - Movimentos dos Trabalhadores Sem Terra
-          CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
-          PROEXT – Pró-Reitoria de Atividades de Extensão - UFRPE
-          DED – Departamento de Educação
-           DCD - Departamento de Ciências Domésticas.
Figura 1 - Oficina de pães de cenoura, batata doce, beterraba e inhame.
Figura 2 - Oficina de Reciclagem de óleo de cozinha transformando em sabão líquido.

Projeto 7 - Desenho, implementação e socialização de resultados do monitoramento participativo da sustentabilidade em agroecossistemas do Assentamento Chico Mendes III 


Coordenação: Jorge Luiz Schirmer de Mattos

Co-coordenador: Guillermo Gamarra Rojas

Bolsista Extensão/UFRPE: Givison Silva de Oliveira

Participante:
Gustavo Silva Carreiro de Souza

Período de Execução: 2011

Apoio: PRAE/UFRPE


Objetivos

Objetivo Geral

Contribuir com a equipe de professores extensionistas da UFRPE no fortalecimento das capacidades de agricultores familiares do Assentamento Chico Mendes III para a tomada de decisão em processos de transição agroecológica através da apropriação de conceitos e do exercício de métodos de monitoramento participativo da sustentabilidade em agroecossistemas.

Objetivos Específicos

- Auxiliar na criação de bases de dados sobre a realidade do Assentamento Chico Mendes III e na interpretação e análise dos mesmos;
- Auxiliar no desenho, implementação e socialização de resultados do monitoramento participativo da sustentabilidade na transição agroecológica.


Resumo: A construção social de transição de sistemas de produção agropecuária convencional para uma agricultura sustentável é ainda pouco compreendida seja pela sua complexidade que demanda uma atuação interdisciplinar, seja pelo caráter restrito e limitado dos projetos que ainda separam o pesquisador do grupo pesquisado. No assentamento Chico Mendes III existe iniciativas organizativas e de produção diversificada de alimentos que constituem evidências das capacidades e conhecimentos empíricos dos assentados e seu potencial para o desenvolvimento endógeno partindo de estratégias e metodologias de geração e gestão participativa de conhecimento agroecológico. Dentre as atividades no Assentamento Chico Mendes III destaca-se as Unidades de Referência Agroecológica, que vem sendo desenvolvidas com apoio da UFRPE, via Projeto “Camponês a Camponês”. O presente trabalho objetiva: “apoiar a equipe de professores da UFRPE no fortalecimento das capacidades de agricultores familiares do Assentamento Chico Mendes III para a tomada de decisão em processos de transição agroecológica através da apropriação de conceitos e do exercício de métodos de monitoramento participativo da sustentabilidade em agroecossistemas. Essa aprendizagem será promovida através de metodologias de facilitação adaptadas das Escolas de Campo e da metodologia Camponês a Camponês. Ciclo de Monitoramento da Transição Agroecológica será realizado com base no Marco MESMIS.


Projeto 8 - CIRCUITOS CURTOS DE COMERCIALIZAÇÃO: da produção a feira agroecológica
Coordenação: Jorge Luiz Schirmer de Mattos

Participantes:
- Guilhermo Gamarra Rojas
- Gustavo Silva Carneiro de Souza
- Jorge Roberto Tavares de Lima

Bosista Extensão/UFRPE: Renata Celly Araújo de Negreiros

Período de Execução: 2011

Apoio: PRAE/UFRPE

Objetivos
- Capacitar os assentados para a criação de canais curtos de comercialização
- Definir o quê, quanto, onde, quando, como, quem e para quem produzir?
- Contribuir com a segurança e  soberania alimentar e nutricional das famílias assentadas
- Definir metas de produção, consumo e comercialização com previsão de renda
- Montar estratégias de comercialização (curto, médio e longo prazo) e diversificação contra incertezas e riscos
 - Definir um escalonamento da produção para o assentamento e por assentado
- Agregar valor aos produtos com processamento mínimo
- Orientar a organização dos produtos para e na feira


Resumo: O Assentamento Chico Mendes III compreende uma área de 413,33ha, ocupada desde 2004 por 55 famílias.  Abastecido de água por dois rios e vários córregos e nascentes e localizado próximo aos centros consumidores da região metropolitana do Recife, Chico Mendes III apresenta potencialidade para a produção agrícola, principalmente de hortaliças. Com este intuito e com o apoio da UFRPE, cerca de 20 famílias assentadas estão se envolvendo na produção de uma grande diversidade de cultivos. Contudo, há que concomitantemente aprimorar o planejamento lançando-se mão de pesquisas de mercado, capacitações para a organização da produção com vistas a comercialização do excedente, mas sem se esquecer prioritariamente da alimentação das famílias.  Com o presente projeto objetiva-se a realização de oficinas de capacitação e acompanhamento técnico para auxiliar as famílias produtoras de hortaliças desde a produção até a comercialização em mercados alternativos locais.